“Lá em cima, há empanadas sem fim”
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O que é que fará hordas de desejosos empanadeiros, subirem a pé os Himalaias de Lisboa, também conhecidos como Travessa de Santa Marta?
Calçada de bloco de granito, carros largados sem travões em sentido contrário (porque metade dos carros nem sequer teria força para subir aquilo), e umas guardas laterais verdes, que mais parecem burladeros de arena de toiros, para evitar uma ou outra cornada.
Caminha-se tão lento na ida, que já deu para ver a campainha que diz: “There's no AIRBNB here! It's on the next door”, ou a esquina do edifício que estava a cair e agora possui a caverna do tesouro, com chave dourada pendurada lá dentro e tudo.
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Têm piada os rapazes. Aquilo funciona e no meio da descontração, está notoriamente bem pensado. O detalhe máximo, os baldes metálicos que aguentam os guardanapos, com a listagem das empanadas por trás, e com um sistema de bolas de um a três, nas cores amarelo, vermelho e verde. Distinção perfeita, uma vez que condiz com a cor e número de pintas, nas próprias empanadas, tornando por isso impossível o engano.
O sistema seguinte, tem de ser a venda para fora...e a entrega. Esforço e dedicação, por uma coisa que é comida de rua, noutro continente!
Por último é que para alem das empanadas serem demasiado boas; até podia dizer que só como a Sofia Vergara, e carne, mas eu confesso que gosto de comer o Papa Francisco e do Pablo Escobar, mas ainda há mais! Nas opções de almoço entram também as quinoas e as saladas (que saudável, quero lá eu saber disso), mas muito mais que isso o lomito e o chicharón! (estas duas últimas merecem a ida).
Como complemento, sempre a salada de tomate e abacate ou os chifles.
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A cave é baixinha, especialmente na entrada. O interior de cores ocre, não chega a lembrar o Barragán que lhe faltam uns tons mais fortes, mas institui-se como estereótipo filmado de filme mexicano (não se ouvem as esporas no entanto, nem existe “tumbleweed” na rua).
A diferença de luminosidade à medida que se progride em direcção à cozinha, vai após ajuste dos olhos permitindo ver nas paredes os diversos elementos sul-americanos em jeito de memorabilia, que complementam o ambiente e predispõem a cabeça para a comida.
As mesas possuem espaço suficiente à volta, a circulação compensa a falta de altura, e a coisa flui, vai fluindo por entre as enormes bandejas metálicas suspensas no sorriso de quem as transporta. Sem cair, sem deixar de sorrir.
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Se calhar devia estar ainda mais longe...sempre eram menos vezes.
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